Realizado nos dias 24 e 25 de junho passado, o Concílio Pan-Ortodoxo reuniu líderes das Igrejas Ortodoxas na ilha grega de Creta. Um dos assuntos latentes são as relações com as outras confissões cristãs no mundo, sendo elaborado um documento para este tema.
O Santo Concílio vem sendo gestado há muitos anos, através de debates e conferências que se iniciaram entre 1902 e 1904.
A primeira parte do documento trata dos diálogos bilaterais e declara que a Igreja Ortodoxa "aceita a denominação histórica das outras Igrejas e Confissões cristãs heterodoxas que não estão em comunhão com ela". Está favoravelmente disposta a tomar parte no diálogo teológico "na convicção de que, por meio do diálogo, dá um testemunho dinâmico da plenitude da verdade em Cristo e de seus tesouros espirituais a todos aqueles que estão fora dela, tendo como objetivo de aplainar o caminho que conduz à unidade".
A segunda parte do documento trata sobretudo do Concílio Ecumênico das Igrejas. O texto recorda que algumas Igrejas Ortodoxas foram membros fundadores dele, e que, após, todas as Igrejas Ortodoxas locais tornaram-se seus membros, embora as Igrejas Ortodoxas da Geórgia e da Bulgária tenham se retirado respectivamente em 1997 e 1998. Declara depois que a Igreja Ortodoxa "não aceita absolutamente a ideia da igualdade das Confissões e não pode conceber a unidade da Igreja como uma adequação interconfessional".
Por fim, ao sublinhar a necessidade de um diálogo ecumênico, considera "indispensável que tal diálogo caminhe lado a lado com o testemunho no mundo e com ações que exprimam "a alegria inefável" do Evangelho (1 Pd 1,8), excluindo qualquer ato de proselitismo, de uniatismo ou qualquer outra ação que suscite antagonismo confessional". A palavra "uniatismo", que não estava presente no esboço inicial, foi acrescentada pelo Concílio.
Fonte: News.va