Colatina, 21 de dezembro de 2016
Amados irmãos e irmãs,
Saúde e Paz no Senhor
Após o rompimento da barragem com rejeitos de minério, ocorrida em novembro de 2015, em Mariana (MG), a empresa Samarco planeja retomar suas atividades até o final de 2017. Antes de retornar ao mercado, cabe à empresa reparar os danos causados e construir permanente diálogo com as populações atingidas.
Estamos de acordo com a reabertura da empresa, desde que seja baseada no crescimento sustentável. Para isso, é necessário que ela apresente à sociedade, de forma transparente, a certificação de que foram tomadas todas as providências para que novos rompimentos não aconteçam. A defesa da retomada das atividades mineradoras deve ter a mesma ênfase que a defesa da segurança dos trabalhadores, da população ao redor das barragens e da proteção ao meio ambiente. O poder público deve garantir o direito da população antes de defender os interesses das empresas.
Precisamos acompanhar. A Samarco e suas acionistas devem assumir de forma concreta o real compromisso com o meio ambiente, no sentido de preservá-lo, a começar com a construção de barragens seguras. Aos órgãos competentes, cabe a devida e eficaz fiscalização.
O crime socioambiental ocorrido no município de Mariana e na bacia do Rio Doce, provocado pela extração do minério de ferro, não pode ficar impune. A Diocese de Colatina vai continuar acompanhando a marcha processual para a resolução das ações e indenização de todos os atingidos, bem como a punição dos culpados.
Atenciosamente,
Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias
Bispo da Diocese de Colatina
Fonte: Diocese de Colatina